FIM DA BOLSA – MINHA BAGAGEM DE EX-INTERCAMBISTA

Olá galera, faz muuuito tempo que não escrevo aqui, mas infelizmente a minha bolsa do Ciência sem Fronteiras chegou ao fim em Dezembro de 2013. Estava de luto, por isso não dei notícias antes (haha), mas agora que me conformei com minha velha rotina trago meus últimos updates. Primeiramente gostaria de agradecer a todos que seguiram o blog durante esses 16 meses em que estive no Canadá e espero que o pouco que eu compartilhei com vocês tenha os ajudado de alguma forma. Aos que estão pensando em se increver para os novos editais, aconselho dar uma olhada no blog desde o início, porém, tenham em mente que o meu edital foi em 2012 e algumas coisas podem ter mudado desde então. Voltando ao assunto, lembrando que o último post foi sobre verão e estágio, logo que eu terminei o estágio fiz mais 4 matérias na universidade durante os últimos quatro meses. Como minha bolsa inicialmente era apenas de 12 meses e “não havia chances de prolongá-la mesmo com o inglês”, tinha meu passaporte, visto e permissões que iriam vencer logo após o término da bolsa. Foi quando então tive a linda notícia de que poderia prolongá-la por mais 4 meses por conta do curso de inglês e, para tanto, tive que renovar meu STUDY PERMIT e o meu passaporte no Canadá pois ambos venceram (quem tiver dúvida sobre isso comente). Foi um semestre tranquilo, porém bem intensificado pelo frio. Esse último inverno foi bem rigoroso no Canadá, onde as temperaturas caíram muito e a neve foi intensa e caiu muito cedo sendo muito diferente do inverno passado. A neve pesada começou já logo em Outubro (em 2012 começou em Dezembro) e caiu muita neve, foi uma experiência linda! Aí vão as fotos:

<<Desafio: Encontrem os carros!

 

Quando estava para regressar ao Brasil, tive que tomar certas providências para que pudesse voltar sem nenhuma pendência no Canadá. No último mês em que estive lá foi bem corrido, pois foi o final do term e tínhamos exames finais bem na semana em que a maioria dos brasileiros estavam indo embora. Eu tive a sorte de fazer minha última prova um dia antes do meu vôo (detalhe: a prova era das 19h até 22h num dia, e no outro dia logo de manhã tinha que ir para os EUA pra pegar meu vôo). Com tanta coisa pra se preocupar, tive que começar a arrumar malas e as coisas bem antes de ir embora. Era um tal de carrega a mala, pesa, o peso ta acima, descarrega, tenta distribuir de novo o peso, que só quem passou sabe a chatice que é, sem contar no peso psicológico (que pra mim foi muito ruim) em deixar o Canadá e muitas coisas para trás. Eu e minha companheira de ap Joyce tivemos que dar um jeito nas coisas de cozinha, banheiro, quarto, e as coisas que tínhamos que abandonar. Além disso, fui ao banco para fechar minha conta, tive que ir à universidade para pagar a retirada do transcript para quando este saísse e comprar mais algumas lembrancinhas e coisas que queria trazer comigo (já que tinha muito espaço sobrando). Acabei fechando 3 malas de 32kg, uma mochila de mão com uns 20kg (não que seja o permitido) e minha bolsa de mão que tinha mais uns 10kg. Na chegada ao Brasil, não perguntaram nem falaram nada na alfândega. Fora que só verifiram meu passaporte sem perguntar absolutamente nada.

Sobre as documentações exigidas pelo CNPq durante a bolsa foram (se eu não me esqueci de algo): Comprovação da passagem de ida, comprovação do pagamento do seguro saúde, histórico das notas obtidas em matérias no Canadá. NÃO pediram: comprovação de gastos com material didático ou auxílio instalação. Logo que eu terminei o estágio, tive também que preencher um relatório na plataforma Carlos Chagas e um relatório do CBIE sobre o mesmo, que teve que ser assinado pelo responsável do estágio. 

Com relação ao fim da bolsa, quando vim ao Brasil tive que preencher um relatório do CNPq na plataforma Carlos Chagas (perguntinhas simples) e tive que preencher uns relatórios para a minha universidade no Brasil por sua exigência. Eu consegui aqui convalidar na minha universidade no Brasil 7 matérias que fiz no Canadá. As horas de estágio e inglês ainda não corri atrás sobre o que fazer. 

A minha volta ao Brasil não foi fácil. Se acostumar com o bom e o justo é fácil, enquanto que voltar a uma realidade que se encontra numa lugar onde sofre por injustiça (mesmo que a maior parte da sua vida você tenha vivido assim) é difícil. Pelo menos comigo foi assim.

MINHA BAGAGEM PESSOAL:

Minha experiência com o Ciência sem Fronteiras foi excepcional tanto pessoalmente como academicamente. O amadurecimento durante um intecâmbio é muito grande, a independência conquistada nos faz mais seguros e a visão de mundo que o Canadá me trouxe abriu minhas percepções de várias formas. Tive contato com muitas culturas diferentes, línguas diferentes, religiões diferentes, fisionomias diferentes, culinárias diferentes, climas diferentes – tudo num mesmo lugar, me dando uma lição de que ainda assim as pessoas podem viver em paz, com dignidade e respeito entre si, sem precisar criticar o que o outro veste, pensa, ou crê… Aprendi que num mundo cheio de diversidades e adversidades somos apenas mais um, mas que. por conta de nossa própria diferença, devemos ter tolerância.

Acredito que todos que tenham a oportunidade devem abraçá-la e seguir em frente, pois mesmo com todas as etapas e forte emoções que passamos, aprendemos a ser fortes e a ver o mundo com outros olhos. Enquanto estamos vivendo em apenas um lugar, não temos a noção do quão grande o nosso mundo é e de quanta coisa ainda temos a melhorar, aprender e viver.

Obrigada a todos pela confiança e também por acolherem um pouco da minha história.

PS. Quem quiser que eu fale um pouco mais de algo já dito ou de algum outro assunto aqui no blog deixe um comentário.